Resistência a antibióticos
Muitas doenças infecciosas estão ficando mais difíceis de curar, pois tornaram-se resistentes a antibióticos. Eis o que acontece: quando as bactérias infectam uma pessoa, elas multiplicam-se constantemente, transferindo seus traços genéticos para a prole. A cada nova bactéria produzida vem a possibilidade de ocorrer uma mutação — um pequeno erro de cópia que dará à nova bactéria características novas. A probabilidade de uma bactéria sofrer mutação e tornar-se resistente a um antibiótico é pequeníssima. No entanto, as bactérias reproduzem-se aos bilhões, produzindo, às vezes, três gerações de descendência em uma hora. Assim, o improvável acontece — vez por outra surge uma bactéria difícil de eliminar com antibiótico.
Portanto, quando a pessoa infectada toma um antibiótico, as bactérias não-resistentes são eliminadas, e o doente provavelmente sente-se melhor. Mas as bactérias resistentes sobrevivem. Agora, porém, sem precisar competir por nutrientes e espaço com outros micróbios. Estão livres para se reproduzirem sem restrições. Visto que uma única bactéria pode multiplicar-se em mais de 16 milhões de bactérias num só dia, a pessoa logo adoece de novo. Mas agora ela está infectada por um tipo de bactéria resistente à droga que deveria destruí-la. Estas bactérias podem também infectar outros e, com o tempo, sofrer novas mutações e tornar-se resistentes a outros antibióticos.
Diz um editorial na revista Archives of Internal Medicine: “O rápido desenvolvimento da resistência das bactérias, dos vírus, dos fungos e dos parasitos ao nosso atual arsenal terapêutico não nos faz perguntar se mas quando perderemos essa guerra do homem contra o mundo microbiano.” — O grifo é nosso.
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