O “Espírito Santo” é uma pessoa?
Este artigo abordará, à luz da Bíblia, diversos argumentos que têm sido apresentados como alegada prova da personalidade do espírito santo. Você está sendo convidado a considerar ponderadamente as proposições que defendem essa tese, bem como o que dizem as evidências bíblicas quanto a se existe legitimidade para tal argumentação. [Subtópicos 1-3] Em seguida serão apresentadas as bases bíblicas que estabelecem a verdade sobre o espírito santo. [Subtópico 4]
1. O “Consolador” é uma pessoa?
No Evangelho de João, capítulos 14 a 16, Jesus faz referência ao espírito santo como sendo o “ajudador” (grego parákletos), um termo descritivo que algumas traduções colocam em maiúsculo, como sendo um título, vertendo tal palavra como “Ajudador” (IBB), “Consolador” (Al; ALA) e “Paráclito” (BJ) , entre outros termos. Contudo, o fato de a Bíblia atribuir tal termo ao espírito santo não faz com que ele seja uma pessoa; apenas mostra que uma de suas funções inclui dar ajuda ou consolo aos servos de Deus. Assim, a Bíblia fala do “consolo do espírito santo”. (Atos 9:31) Mas ela também menciona o“consolo das Escrituras”. (Rom. 15:4) Portanto, a Palavra de Deus também fornece consolo, mas evidentemente ninguém concluiria disso que ela é uma pessoa.
Adicionalmente, a Bíblia mostra que até mesmo qualidades abstratas podem atuar metaforicamente nessa função. O Salmo 119:76 declara: “Sirva a tua benevolência para consolar-me.” E o Salmo 23:4 ainda diz: “Tua vara e teu bastão são as coisas que me consolam.” Todas essas coisas impessoais cumprem o papel de “ajudador”, ou de “consolador”. Assim, o fato de Jesus Cristo ter personificado o espírito santo como “ajudador” ou “consolador” não fornece base para se concluir que o espírito santo é uma pessoa.
Como exemplo de personificação (atribuição de características pessoais a algo impessoal), note o que Paulo declarou em Gálatas 3:8: “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti.” (Almeida Corrigida e Revisada Fiel) Fazer uma previsão envolve usar o intelecto para fazer uma avaliação de fatos passados e presentes sobre o que estes indicam quanto ao futuro. Assim, todo esse processo mental foi atribuído figuradamente à Escritura. Em adição, o texto atribui voz pessoal própria à Escritura, afirmando que ela fala e que ‘anuncia’. Mas tudo isso não passa de personificação. E é claro que a personificação da “Escritura” não faz com que ela seja uma pessoa.
Do mesmo modo, a Bíblia personifica o espírito santo, quando diz que ele ‘fala’, ‘ensina’, ‘testifica’, ‘ouve’, etc. (João 14:26; 15:26; 16:8, 13-15) Mas, como vimos, a personificação não é em si mesma uma prova positiva de personalidade. Ou seja, a personificação do espírito santo não prova que ele seja uma pessoa. [1]
2. A palavra “outro” indica que o espírito santo é uma pessoa?
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