Em qual sentido o Logos é “a Palavra”? – Justino, o Mártir
Será que Justino, o Mártir, entendia que Jesus era o Logos de Deus no sentido de ser o próprio Deus? Veja o que ele mesmo disse sobre o assunto na imagem abaixo e sua respectiva tradução:
“[…] é chamado de um Anjo porque Ele veio aos homens (pois por Ele as ordens do Pai são proclamadas aos homens); é chamado Glória, porque Ele aparece em uma visão as vezes não pode ser suportada; é chamado de Homem, e de ser humano, porque Ele aparece preparado em tais formas conforme se agrada o Pai; e eles O chamam de a Palavra, porque ele porta [carrega, leva] informações do Pai aos homens: mas mantendo que seu poder é invisível e inseparável do Pai, assim como se diz que a luz do sol na terra é indivisível e inseparável do sol nos céus, e quando esmaece, a luz esmaece junto com ele, assim o Pai, quando escolhe, dizem eles, causa que Seu poder brote, e quando Ele escolhe, Ele o faz retornar a Si. Deste modo, eles ensinam, ele fez os anjos. Mas é provado que há anjos que sempre existem, e nunca são reduzidos para a forma da qual brotam. E que esta força cuja a palavra profética chama de Deus, conforme tem sido amplamente demonstrada, e Anjo, não é numerada … em nome somente como a luz do sol, mas é de fato algo numericamente distinto. Eu falei brevemente sobre o que ocorreu antes; quando afirmei que tal força era gerada a partir do Pai, por Sua força e vontade, mas não por amputação, como se a essência do Pai fosse dividida; e, por causa do exemplo, eu usei o caso do fogo acendido pelo fogo. O qual vemos ser distinto dele, e ainda assim, aquele do qual muitos podem ser acesos é, de modo algum, feito menor, mas permanece o mesmo.” (Justino, o Mártir, CXXVIIL, página 264) [Os grifos são meus]
Justino também pensava que o Logos – Jesus – era um ser criado, não eterno. Veja a imagem abaixo seguida de sua respectiva tradução:
“’O Senhor me criou no princípio de Seus caminhos para seus trabalhos, Da eternidade Ele me estabeleceu no princípio, antes de Ele ter formado a terra, e depois de Ele ter feito as profundezas… Ele me gera antes de todas as montanhas…’ Quando eu repeti essas palavras, eu acrescentei: “Vocês percebem, meus ouvintes, se derem atenção, que as Escrituras declararam que sua Descendência foi gerada pelo Pai antes das coisas criadas; e que o que é gerado é numericamente distinto daquele que gera, qualquer um admitirá isso.” (Justino, o Mártir, CXXVIIL, página 264) [Os grifos são meus]
Vemos aqui que os apologistas, tais como Justino, eram subordinacionistas, isto é, eles não acreditavam em co-igualdade entre Pai e Filho, e, portanto, não eram trinitaristas.
FONTE: http://centraldadefesabiblica.org/2017/08/03/em-qual-sentido-o-logos-e-a-palavra-justino-o-martir/
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