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08:45

Mães com Aids enfrentam um dilema

CYNTHIA, que mora nas Índias Ocidentais, tinha duas opções: amamentar sua filhinha recém-nascida ou dar leite industrializado. A decisão que tinha de tomar parecia simples, afinal, por décadas os especialistas em saúde pública vêm promovendo o leite materno como o “alimento mais saudável” para bebês. Além disso, em comunidades mais carentes, bebês que se alimentam com leite industrializado têm 15 vezes mais probabilidades de morrer por problemas relacionados com a diarréia do que os bebês que são amamentados. Na verdade, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) relata que cerca de 4.000 crianças morrem diariamente de problemas associados com substitutos do leite materno.
No caso de Cynthia, no entanto, a questão da amamentação incluía outro perigo. Ela havia contraído de seu marido o vírus HIV, que provoca Aids. Daí, depois do parto, Cynthia ficou sabendo que o bebê cuja mãe é soropositiva tem uma possibilidade em 7 de se contaminar por meio da amamentação. Portanto, ela teve de tomar uma decisão dolorosa: expor sua filhinha aos riscos da amamentação ou sujeitá-la aos perigos da alimentação convencional.
Em lugares onde a Aids atingiu proporções epidêmicas, 2 ou 3 em cada 10 mulheres grávidas são soropositivas. Num determinado país, estavam contaminadas mais da metade das grávidas examinadas. “Essas estatísticas assustadoras”, anuncia a Rádio da ONU, “fizeram os cientistas correr em busca dum antídoto”. Para enfrentar essa ameaça, seis órgãos das Nações Unidas juntaram experiência, esforços e recursos para formar a Unaids (Programa das Nações Unidas para a Aids/HIV). Mas o que a Unaids descobriu é que a solução para o dilema da Aids não é tão simples assim.
Obstáculos complexos impedem soluções simples
De acordo com Edith White, uma especialista em amamentação e na transmissão do HIV de mãe para filho, nos países industrializados os sanitaristas estão alertando as mães contaminadas com o HIV para não amamentarem seus filhos, visto que isso quase duplica o risco de contaminação. Uma alternativa que parece lógica seria o leite em pó, mas nos países em desenvolvimento — onde teorias idealísticas logo dão lugar à dura realidade — fica difícil colocar em prática essa solução simples.
Um dos obstáculos é de caráter social. Nos países onde a amamentação é um padrão de comportamento, mães que alimentam seus filhos com leite industrializado podem estar revelando sua condição de HIV positivo. Talvez achem que as pessoas vão culpá-las, abandoná-las, ou até mesmo espancá-las quando a situação se tornar pública. Algumas mulheres nessa situação acreditam que não há outra saída a não ser amamentar seu bebê para manter em sigilo sua contaminação com o vírus.
Ainda existem outros obstáculos. Veja por exemplo o caso de Margaret, de 20 anos. Ela nunca fez um exame de Aids, assim como a maioria — pelo menos 95% — das mulheres que moram nas aldeias de Uganda. Mas Margaret tem motivos para estar preocupada. Sua primeira filha morreu e a segunda está debilitada e doente. Ela amamenta o terceiro bebê dez vezes por dia, mesmo com suspeita de contaminação. “Eu nunca teria condições de alimentar meu bebê com leite em pó”, diz ela. Por que não? Margaret comenta que alimentar um bebê com leite em pó é quase o dobro do ganho anual duma família da sua aldeia. Mesmo se fosse grátis, ainda haveria o problema de encontrar água potável para acrescentar ao leite em pó e tornar o alimento seguro para bebês.
Alguns desses obstáculos poderiam ser minimizados se as mães soropositivas tivessem à disposição higiene adequada, quantidade suficiente de substitutos ao leite materno e acesso à água potável. Caro demais? Pode ser. Mesmo assim, para a surpresa de muitos, tornar esses benefícios disponíveis parece ser mais uma questão de estabelecer prioridades do que encontrar fundos. Na realidade, as Nações Unidas relatam que alguns dos países mais pobres gastam cerca de duas vezes mais em armamentos militares do que investem na saúde e na educação.
E os coquetéis antiaids?
Os cientistas da ONU anunciaram que o AZT, uma droga simples e relativamente barata, pode reduzir significativamente a transmissão do HIV de mãe para filho. Com a ajuda da Unaids, o custo desse tratamento abaixou para 50 dólares. Além disso, em julho de 1999, os pesquisadores anunciaram um tratamento que parece ser ainda mais eficaz do que o AZT para prevenir a transmissão do vírus HIV de mãe para filho. Trata-se duma droga chamada nevirapina, ao custo de apenas 3 dólares. Especialistas em saúde pública estimam que a nevirapina poderia prevenir a contaminação de até 400.000 recém-nascidos por ano.
No entanto, alguns criticam tratamentos desse tipo, alegando que eles previnem apenas a transmissão de mãe para filho e que, de qualquer forma, a mãe morrerá de Aids, deixando seu bebê órfão. A ONU refuta isso dizendo que é uma alternativa sinistra deixar os bebês contrair Aids e condenar essas vítimas inocentes a uma morte lenta e triste. Eles ainda afirmam que mães contaminadas talvez vivam muitos anos. Lembra-se de Cynthia, mencionada anteriormente? Ela descobriu que era portadora do HIV em 1985, quando seu bebê nasceu, mas ela só ficou doente oito anos depois. Apesar de o bebê ter adquirido o vírus quando nasceu, ele já não o portava mais aos dois anos de idade.
[Nota(s) de rodapé]
Nome fictício.
De acordo com o Unicef, mães com HIV positivo contaminam por dia entre 500 e 700 bebês por meio da amamentação.
Os seis órgãos são: Unicef, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Fundo das Nações Unidas para a População, Organização Mundial da Saúde, Banco Mundial e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. A Unaids foi criada em 1995.
Um estudo recente sugere que alternar o leite em pó com a amamentação pode aumentar o risco de contaminação com o HIV. O estudo ainda diz que o leite materno talvez contenha agentes antivirais que ajudam a neutralizar o vírus. Se isso for verdade, mesmo com os riscos envolvidos, o aleitamento como único meio de nutrição pode ser a escolha mais segura. No entanto, as descobertas desse estudo ainda têm de ser confirmadas.

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