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A Carta da Torre de Vigia a Hitler


A Carta da Torre de Vigia a Hitler

A carta de J.F. Rutherford a Adolf Hitler



Quando o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) chegou ao poder em 1933, alguns funcionários locais começaram a tomar medidas contra as Testemunhas de Jeová. A razão era aparentemente que membros do clero os instigaram acusando as Testemunhas de serem agentes dos Estados Unidos, inimigos da Alemanha, de serem financiados pelos judeus e de serem comunistas. Haja vista que esta parecia ser a razão para tal perseguição (mais tarde ficou claro que isto era somente um pretexto) e em vista de que tal perseguição contradizia o ponto 24 do programa do partido (programa que, certamente, o próprio partido nazista não respeitou, uma vez que chegou ao poder), J.F. Rutherford decidiu, entre outras medidas, que se escrevesse uma carta pessoal ao novo  Chanceler da Alemanha, Adolf Hitler, respondendo às acusações e pedindo liberdade de adoração para as Testemunhas alemãs, em harmonia com seu próprio programa. 


Hitler desconsiderou a petição da filial alemã da Sociedade e desde então se iniciou uma perseguição ainda mais cruel, que duraria mais de dez anos (muitos mais no caso da Europa Oriental). Para mais informações, veja-se http://www.memoriadeuntestimonio.org . 

       Alguns inimigos das Testemunhas de Jeová parecem não sentir mais o mínimo respeito pelo tremendo sofrimento deste grupo e se apressaram a acusar a Rutherford de ter buscado uma aliança com Hitler e de transigir em questões religiosas. 
    
        Uma simples leitura da carta da filial alemã (provavelmente redigida por Rutherford) deixa claro que não há nenhuma transigência nem nenhuma intenção de aliança, mas somente uma resposta a diversas acusações e uma apelação para que o Chanceler permita liberdade religiosa às Testemunhas de Jeová alemãs em harmonia com o próprio programa do partido. Segue-se abaixo a tradução da 'famigerada' carta:





SOCIEDADE TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E TRATADOS

FILIAL ALEMÃ,

Wachtturmstraasse 1-19

Magdeburgo, Alemanha.

Honorável Chanceler:


       Em 25 de junho de 1933, no Sporthalle Wilmersdorf, em Berlim, houve uma conferência de aproximadamente 5.000 Bibelforscher (Estudantes da Bíblia, como eram conhecidas as Testemunhas de Jeová na época), representando a vários milhões de alemães que são amigos e seguidores deste movimento desde muitos anos. O propósito desta conferência, a qual assistiram representantes de todas as comunidades de Estudantes da Bíblia da Alemanha, era encontrar a maneira de informar ao Chanceler, como também aos demais altos oficiais do Reich alemão e aos governos de seus países individuais o seguinte:
       Em várias partes do país se tem tomado ações contra uma associação de cristãos sérios, homens e mulheres, que tem o cristianismo real como fundamento. Tais acusações só podem ser descritas como perseguição de um grupo de cristãos por parte de outro, pois as acusações que conduzem a essas ações contra nós são principalmente do clero, especialmente de origem católica, e não são corretas. Estamos absolutamente convencidos da imparcialidade dos oficiais do governo que cuidam desta situação. Mas concluímos que, devido a quantidade de nossas publicações e a grande carga de trabalho dos oficiais, o conteúdo de nossas publicações e o propósito de nosso movimento estão sendo julgados em grande parte de forma incorreta, especificamente segundo os pontos de vista (que promovem o preconceito) de nossos opositores religiosos. 
       Por esta razão, os temas tratados em nossa convenção foram estabelecidos como declaração da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, para proporcionar a você, Sr. Chanceler, assim como aos altos oficiais do Reich alemão e seus länder (estados), documentação do fato que os Bibelforscher da Alemanha somente pretendem, como único propósito de sua obra, conduzir as pessoas a Deus e dar testemunho e honra ao nome de Jeová, o Todo-poderoso, o pai de nosso Senhor e Redentor, Jesus Cristo. Estamos convencidos que você, Sr. Chanceler, não permitirá que se perturbem tais atividades. 
       Os membros das congregações de Bibelforscher da Alemanha são geralmente conhecidos como defensores de respeito para com o Altíssimo e como estudantes zelosos da Bíblia. Os oficiais da polícia local poderão testificar que os Bibelforscher merecem ser contados entre os elementos do país e do povo que são reconhecidos por seu amor e apoio à ordem. A única missão deles é atrair os corações dos humanos a Deus. A Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (com escritórios em Magdeburgo, Alemanha) é o centro missionário da organização dos Bibelforscher.
       O escritório central da Sociedade Torre de Vigia em Brooklin é, e tem sido no passado, extraordinariamente favorável a Alemanha. Por essa razão, o presidente da Sociedade e sete membros da junta diretora dos Estados Unidos foram sentenciados a 80 anos de prisão, porque o mesmo presidente negou o uso das revistas publicadas nos Estados Unidos sob sua direção para a propaganda de guerra contra a Alemanha. Estas duas revistas, "A Sentinela" e "Mensário dos Estudantes da Bíblia" foram as únicas revistas nos Estados Unidos que se negaram a publicar propaganda anti-alemã e por essa razão foram proibidas e suprimidas nos Estados Unidos durante a guerra. 
       Do mesmo modo, nos meses recentes a junta diretora de nossa Sociedade não só se negou a participar na propaganda contra a Alemanha, como também tomou posição contra a mesma. A Declaração anexa assinala este fato e dá ênfase em que os participantes em tal propaganda (judeus e católicos de inclinação comercial) também são os perseguidores mais vigorosos da obra de nossa Sociedade e sua junta diretora. Estas e outras afirmações de nossa Declaração foram feitas para repudiar a acusação caluniosa de que os Bibelforscher são apoiados pelos judeus. 
       A assembléia representativa destes cinco mil delegados recebeu com grande satisfação a declaração do governador de Magdeburgo, que não se pode provar que haja alguma relação entre os Bibelforscher e os comunistas ou marxistas, como tem declarado nossos opositores religiosos (o que significa que tal declaração é outra calúnia). Um escrito da imprensa, em Magdeburger Tageszeitung, edição 104, datado de 5 de maio de 1933, indica o seguinte: 
       Uma declaração do governo concernente a ocupação do prédio dos Bibelforscher:  O departamento de imprensa do governo publicou a seguinte informação: "A ocupação da propriedade da Associação dos Ernste Bibleforscher em Magdeburgo foi retirada em 29 de abril, já que não se encontrou nenhum material que apóie a acusação de atividades comunistas."
       Outra reportagem no Magdeburger Tageszeitung, edição 102, datada de 3 de maio de 1933, indica: O escritório da Associação dos Ernste Bibelforscher nos informou que as ações tomadas contra a Sociedade Torre de Vigia e a Associação dos Ernste Bibelforscher terminaram totalmente. Toda a propriedade foi devolvida, já que um estudo cuidadoso revelou que tais sociedades não eram culpáveis nem política, nem criminalmente e por que se concluiu que ambas sociedades são absolutamente apolíticas e de natureza estritamente religiosa. A nosso pedido, o governo confirmou a correção desta notícia. 
       A assembléia representativa destes cinco mil delegados enfatizou que, depois destas circunstâncias, considerou indigno inclusive defenderem-se no futuro da acusação infame de terem atividades marxistas ou comunistas. Os delegados refutaram as acusações de nossos opositores religiosos, que indubitavelmente são uma indicação de competência religiosa. Eles preferiram silenciar um aviso honesto com calúnias em lugar de usarem a Palavra de Deus. 
       Ademais, na assembléia dos cinco mil delegados se fez notar que, como expressa na Declaração, os Bibelforscher estão lutando pelas mesmas metas e ideais de alta ética que o governo nacional do Reich alemão proclamou em respeito a relação dos humanos para com Deus, a saber: a honestidade da criatura para com seu Criador. 
       Na assembléia se declarou que não há pontos de vista opostos na relação entre os Bibelforscher da Alemanha e o governo nacional do Reich alemão. Ao contrário, enquanto as metas e objetivos claramente religiosos e não políticos dos Bibelforscher, se pode dizer que estão em completo acordo com as metas similares do governo nacional do Reich alemão. 
       Devido a linguagem supostamente forte de nossa literatura, alguns de nossos livros foram proibidos. A assembléia dos cinco mil delegados assinalou a este respeito que o conteúdo dos livros que foram criticados se referem somente as circunstâncias na potência mundial anglo-americana, e que esta, especialmente a Inglaterra, é responsável pela Liga das Nações e seus injustificados tratados e cargas impostas à Alemanha. O que está escrito em nossa literatura, seja quanto ao mundo financeiro, ao político ou al catolicismo romano, é somente dirigido aos repressores do povo alemão e seu país, não contra a Alemanha que está lutando contra as cargas impostas. Portanto, a proibição forçada sobre estes livros é completamente incompreensível. 
       Para aqueles länder alemães em que se proscrevem os serviços religiosos dos Bibelforscher, se proíbem suas reuniões de oração, etc, estes, que estão a semanas esperando uma solução para esta situação que está oprimindo suas vidas religiosas, expressaram o seguinte:
       "Seguiremos obedecendo esta proibição imposta, porque confiamos em que você, o Sr. Chanceler, ou os altos oficiais do governo suspendam estas medidas, pelas dezenas de milhares de homens e mulheres cristãos que são vítimas de um martírio comparável ao dos primitivos cristãos, depois que tiverem um entendimento da situação real."
       Finalmente, a assembléia de cinco mil delegados expressou que a organização dos Bibelforscher-Torre de Vigia estão firmes pela manutenção da ordem e segurança do estado, também de levar a cabo os mencionados altos ideais do governo nacional no campo da religião. A fim de que isto seja conhecido, sobretudo por você, Sr. Chanceler, como líder do povo, e pelos outros altos oficiais do governo do Reich alemão e dos länder, os sentimentos que se tem expressado brevemente serão dado forma em detalhes na Declaração anexa.
      A Declaração anexa foi lida publicamente pelo secretário da assembléia de cinco mil delegados dos Bibelforscher, e foi aprovada unanimemente e adotada com a instrução de apresentar uma cópia desta e do informe da assembléia ao Sr. Chanceler e a todos os altos oficiais do Reich e dos länder.
      Isto se faz com que a súplica mais respeitosa do que a petição expressa na Declaração seja outorgada de forma mais positiva, a saber, que a uma comissão nossa se dê a oportunidade de fazer uma exposição responsável dos fatos pessoalmente perante você, Sr. Chanceler, ou perante o Ministro do Interior. Se não for possível, rogamos-te que uma comissão nomeada por você, Sr. Chanceler, que não tenha nenhum preconceito religioso contra nós, homens que não tenha nenhum interesse religioso, que tão somente examinem nossa situação imparcialmente e sem prejuízos e de acordo com os justos princípios enunciados pelo próprio Sr. Chanceler. Os princípios mencionados se referem ao ponto 24 do programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, que diz:
      "Requeremos a liberdade de todas as denominações religiosas dentro do estado, desde que não ponham em perigo a existência deste nem violem os valores éticos e morais da raça alemã.
      O partido, como tal, representa o ponto de vista do cristianismo real sem unir-se a nenhuma denominação. Opõe-se ao espírito judaico-materialista dentro e fora do país e está convencido que qualquer recuperação duradoura de nosso povo tem que nascer de dentro para fora ..."
      Estamos completamente convencidos de que o governo nacional da Alemanha não encontrará razão para impedir nossos serviços religiosos nem atividades missionárias se se nos julga, primeiro, sem preconceito religioso e, segundo, de acordo com o ponto do programa citado.
      Ficamos à espera de sua pronta e amável aprovação, assegurando-lhe nosso elevado respeito, honorável Sr. Chanceler. 

Respeitosamente,

Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, de Magdeburgo.
 

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Mais informações:

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